"HOMME LIBRE. TOUJOURS TU CHÉRIRAS LA MER"

May 29, 2007

4

Olho para cima os braços abertos em cima o céu azul ainda uma claridade tranquila o ar morno o corpo peganhento um duche no pátio ali mesmo está decidido antes Puccini sim Puccini a acompanhar a salada o duche o final do dia o princípio da noite talvez o som enche rapidamente os espaços que percorro na casa no pátio no quarto onde escolho a roupa um duche quase frio quase mas morno ainda beringelas é preciso deixar as beringelas preparadas antes do duche lavo as mãos passo pela sala de estar o livro ali está ali não não está ali onde está o livro a garrafa em cima da mesa na cozinha corro até à cozinha do outro lado do corredor sem nada a não ser o fresco e a sombra ao lado da garrafa o livro a página marcada “Corte as beringelas em quatro pedaços verticais. Salpique-as com limão, sal, alho, pimenta e salsa. Deixe-as durante 1 hora ao ar” a boca aberta em espanto olho à minha volta à minha volta à minha volta.
Lavo as beringelas o limão a salsa fresca à frente o mar azul volto-me o copo está vazio sorrio o mar azul à minha frente a areia deitada a convidar o mar a aconchegá-la com um lençol transparente e doce corto a beringela em quatro pedaços verticais o livro aberto na página marcada estão a esta hora ainda estão pessoas na praia à noite talvez façam fogueiras os miúdos às vezes sim mas também fazem festas em casas uns dos outros e partem à procura de discotecas longe da vila.

No comments: