"HOMME LIBRE. TOUJOURS TU CHÉRIRAS LA MER"

Dec 30, 2007


Dec 27, 2007


Dec 9, 2007

O carro de bois ao pé da eira ainda depois era boa tarde o chapéu empurrado para trás é assim que me lembro então resolveram vir até aqui fizeram bem tem estado bom tempo quanto tempo ficam os bois com ar de tanto lhes fazer estar ali como noutro lado qualquer reagiam apenas às picadas das moscas que não os largavam e de vez em quando levantavam uma perna ou abanavam o rabo.
O verão viemos passar o verão aqui.
O Carocha descapotável adiava a questão do nacional socialismo a trinta quilómetros de Istambul numa tarde de verão onde cantávamos “Capri c’est fini” aos berros nos anos em que nem Capri nem nada estavam para acabar nos anos em que nunca morremos só mais tarde.

Dec 4, 2007

Regresso a Istambul

O calor instalara-se no ar dificultando o olhar sobre a seara não me lembro de existirem searas em Istambul só cá dentro é que vivo rodeada de searas como naquele dia de manhã na pousada em que abri as janelas e vi as searas nesse dia percebi que Istambul tinha searas e o mar de palha ficava bem misturado com o azul dos minaretes da cidade que divide o mundo entre o oriente e o ocidente a cidade próxima da cidade onde nos suicidamos sem fazer barulho o Bósforo a consentir que o atravessemos a pé sem juízo numa maluqueira de milagres sem perceber quando vamos perder o pé Ancara é demasiado longe Istambul embala-nos com a música antiga enrolada em vulvas contemporâneas numa modernidade de poetas loucos à procura de um olhar diferente.
Eu via o filme todos os dias pela primeira vez numa cinemateca improvisada debaixo da cama lembro-me de fechar os olhos e no fim guardar debaixo da cama a cidade e o rio.

"Há sempre qualquer coisa que está para acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda"