"HOMME LIBRE. TOUJOURS TU CHÉRIRAS LA MER"

Apr 29, 2007


A miúda e o mar

"Tu penses à quoi ? dis, tu penses à qui ?
A moi ? des fois ? ...

Je t'aime"

"Accepte-moi comme je t'accepte. Demain, je t'aime

A demain la Mer, dans tes bras"

"É estranho...há apenas uma lua"


"Que estranho...há duas luas"


"o que existe de incómodo na moral é que é sempre a moral dos outros"


- Léo Ferré diz :

« Ce n'est pas le mot qui fait la poésie mais la poésie qui illustre le mot »

Não devemos pedir desculpa por termos dito isto ou aquilo, por termos feito isto ou aquilo. Para mim é mais importante aceitar as pessoas como elas são. E elas não são fingimento. Só fingem por causa dos outros. Com o Marinheiro del Sur eu gosto de procurar a poesia.

Quando conseguimos finalmente ser nós próprios somos livres. É importante lutar por essa liberdade. Neste blogue ainda não tive vontade de falar das eleições francesas. Então não falo. Falo do que tenho vontade.

Apr 27, 2007

- Quem é?
- Tan, do Journal Pequenas Entrevistas...obrigado. A menina Eme mora …
- Sim, sim …e acabou de chegar. Pode subir. Ela vai dar uma entrevista? Quando sai?

- Eme!
- Tan, há tanto tempo, entra, como estão todos? E o Capitão?
- É o Capitão que me traz aqui. A Senhora Cê obrigou-o a dar uma Festa da Ópera em sua própria homenagem e uma vez que ela própria fez questão de convidar todos os jornalistas o Capitão convenceu o Pequenas Entrevistas a fazer a primeira página contigo…sabes como se dão aqueles dois…aceitas?


- A primeira pergunta é do Capitão…Ele esteve a ver o teu blogue e pergunta se para ti a vida se resume a viveres obcecada por um tal Marinheiro del Sur…(e aproveita para vos convidar, aos dois, para a festa, diz que quer conhecer esse homem tão extraordinário…)

- Extraordinário e absolutamente fascinante! É pena não podermos aceitar o convite do Capitão porque o Marinheiro del Sur está a viajar…quem sabe numa próxima oportunidade? Mas, com todo o respeito pelo Capitão, que conheço desde os sete anos, permita-me que lhe diga que não viu com atenção o blogue. Recomendo-lhe uma leitura atenta por exemplo do último post, que é do Victor Hugo. Aquelas palavras são a parte visível de uma reflexão, não de uma obsessão. Mas eu vou explicar…


Apr 26, 2007

Victor Hugo

"Il y a des hommes océans en effet. Ces ondes, ce flux et ce reflux, ce va-et-vient terrible, ce bruit de tous les souffles, ces noirceurs et ces transparences, ces végétations propres au gouffre, cette démagogie des nuées en plein ouragan, ces aigles dans l'écume… Tout cela peut être dans un esprit et alors cet esprit s'appelle génie. "

Apr 24, 2007

Apr 23, 2007

Mantenho secretamente um diálogo tão extraordinário quanto extraordinariamente humano com uma pessoa que me é muito querida e tenho a certeza (e ter a certeza de alguma coisa é neste caso extraordinário) que nos divertiríamos muito a explorar a dois diálogos ‘improváveis’ entre os homens e as mulheres. Com ele aprendi a rir com as histórias da Maitena, contemporâneas, inteligentes e que abordam sem dramas os ‘dramas’ quotidianos.

Ela, de calças de ganga justas e rabinho sintético, a deslocar-se em movimentos tipo atirar-se para a frente em cada passo, como se quisesse esquecer o desconforto o que não podia era perder o marido que seguia dois passos à frente e ele a fugir assim como quem diz eu e ela não temos nada a ver não sei se estão a ver, assim é que não. Ele de calções, óculos escuros de marca, olhos de um azul desbotado que se viram quando entrou, ar de o que foi agora, quando está com ela, lançando em surdina outros olhares como quem diz eu sou um gajo porreiro ao pé de mim são só festas ninguém se chateia em relação a ela que se lixe, aos fins de semana nem sempre consigo escapar. Ela, de repente, diz em voz alta: - Tens que limpar o barco! Está um nojo! Maitena fala destas coisas. Ele não respondeu.

Como é que se transformam diálogos que um dia foram por ventura afectivos num mal suporto a tua presença tens o que precisas o que é que queres mais ah eu sei muito bem o que é que quero mais etc os dois a enganarem-se a si próprios num compromisso de infelicidade.

(só tu consegues contra argumentar, dizer que eventualmente se amam loucamente. E o que percebo eu das relações entre os homens e as mulheres para dizer que não tens razão?)

Apr 21, 2007

Maitena

Mas eu disse isso?

A miúda e o mar

O Marinheiro del Sur canta inesperadamente uma canção à miúda

“e onde sou só desejo, queres não

onde queres o sim e o não, talvez
e onde vês, eu não vislumbro razão

Onde queres o ato, eu sou o espírito
e onde queres ternura, eu sou tesão

onde queres prazer, sou o que dói
e onde queres tortura, mansidão
onde queres um lar, revolução
e onde queres bandido, sou herói

onde queres a lua, eu sou o sol

onde queres mistério, eu sou a luz

onde queres quaresma, fevereiro

O quereres e o estares sempre a fim
do que em mim é de mim tão desigual
faz-me querer-te bem, querer-te mal
bem a ti, mal ao quereres assim
infinitivamente pessoal
e eu querendo querer-te sem ter fim
e, querendo-te, aprender o total
do querer que há e do que não há em mim”

Apr 15, 2007

Cosey

Cosey, viagem a Itália

A miúda e o mar

- Mar, se já foste feliz em quase todos os sítios e se me estás sempre a dizer que não devemos voltar aos sítios onde já fomos felizes porque existe um sítio onde regressas sempre?

O Marinheiro del Sur olha com ternura para a miúda e com uma gargalhada clara responde:

- Porque o vento altera constantemente a paisagem, nesse sítio…

A miúda baixa a cabeça, e começa a correr, a choramingar. Porque é que é tão difícil conversar com o marinheiro del sur? pensa a miúda

- Um dia queres viajar comigo? grita a miúda a plenos pulmões

Mas a miúda tinha corrido tanto que só uma estranha personagem a ouviu

Enki Bilal:- “Guio por instinto um veículo improvável que não me lembro de ter, nem de ter alugado, nem de nada…”. Rendez-Vous à Paris?

A miúda responde:
Não, obrigada. Contigo não. Com ele!...

E afasta-se, sozinha

Mediterrânico

"Preparação
Junte tudo e deixe que os sabores se impregnem uns nos outros antes de servir"

Isabel Allende

Apr 12, 2007

Dói. Aqui. Dói

Enquanto misturo jazz com fado numa sonoridade estranha mas que me permite manter o centro de gravidade em Lisboa penso numa pessoa de quem gosto muito e que costuma dizer saudades, do futuro, do futuro, do futuro, contrariando, e bem, a melancolia, a nostalgia, a tristeza de baba e ranho que nos invade cada vez que pensamos que ainda não fomos capazes de voltar a fazer com contemporaneidade as malvadezes dignas de um Afonso de Albuquerque, inspiradas na “Paixão de Cristo”, filme a não rever, sobretudo.

De repente fugimos. Do tempo. De alguém. De nós próprios. Dos nossos medos. Quando fugimos queremos estar sozinhos? Não necessariamente. Mas só aprendemos a fugir. Não aprendemos a dizer que não queremos estar sozinhos.

Dói. Aqui. Dói.

Apr 8, 2007

Amar é desobedecer à razão
é gostar de dar a mão
é gostar de bancos de jardim
é acreditar em pós de perlimpimpim
é ver no médio oriente um possível destino de viagem
é imaginar Istambul um porto de passagem
Está bem, amar é ilusão
Amar é quase nada
E esse nada ser tudo para mim
Amar é ser assim

Claude Lemesle, "J't'aimerais n'importe où n'importe comment/ J't'aimerais même si tout à coup j'pouvais faire autrement"

ا أحبّت أنت [إفن يف] إن فجأة أنت قلت إلى ي أنّ أحبّني أنت

Natália Correia, Como dizer o silêncio?

Apr 2, 2007

Les amoureux des bancs publics

"Les gens qui voient de travers
Pensent que les bancs verts
Qu’ont voit sur les trottoirs
Sont faits pour les impotents ou les ventripotents
Mais c’est une absurdité,
Car, la vérité,
Ils sont là, c’est notoire,
Pour accueillir quelque temps les amours débutants"

Georges Brassens

Georges Brassens, Les Copains d'abord

Apr 1, 2007

Rumo a Cabul

"O que contém um prato que se autodenomina a Agradecida? Iogurte, cebola, ovo, carne picada, azeite, meia colher de fulful bhar ou mistura de especiarias, canela, sal, limão…Era como um poema mental muito simples mas de efeitos mágicos no paladar e que preparava para um sortido de recheios que elevavam as excelências do que era recheado: aboborinhas, beringelas e o anunciado “xeque dos recheios”, também de beringelas, mas desta vez com as entranhas enriquecidas com carne picada, molho de tomate, cebola, o inevitável fulful bhar, salsa, coentros, samneh ou manteiga clarificada, azeite e molho de carne ou de carnes.
- A beringela, Biscuter, é o mediterrâneo. É o único produto que realmente unifica o Mediterrâneo e que dá sentido a essa invenção de mediterraneidade. Imagino a bandeira: beringela rampante sobre o céu com lua.”

Manuel Vasquez Montalban

"L' Amour sera toujours vainqueur"

...

"Apaixonar-me por um marinheiro. Apaixonar-me por um homem que só verei algumas semanas por ano. Um homem que passarei a vida a esperar..."

letra de J.Brel

Manara

W.Vance

Nedjar