"HOMME LIBRE. TOUJOURS TU CHÉRIRAS LA MER"

Jan 28, 2007

A miúda e o mar

- Vamos voltar para trás!
- Que disse, Capitão?!
- Preciso de ter a certeza…Regressamos!
- Mas, Capitão…
- A amizade e o amor são mais raros do que um punhado de pérolas! Quero ouvi-la prenunciar o meu nome! A miúda sabe o meu nome! Porque é que nunca me chama pelo meu nome?
- A miúda… o seu nome…Capitão, de que é que está a falar? O que é que se passa consigo?
- Não podes entender…eu sei. Mas é preciso voltar.



A miúda estava muito agitada. No porto, olhava o mar com os olhos de esperar. Ele tinha partido há poucos dias. Era impossível o seu regresso tão cedo. Mas ela precisava de lhe dizer que conseguia. Não. Ela precisava de conseguir.

Quando se conheceram, quase todas as pessoas o tratavam por Capitão. E a miúda durante muito tempo chamou-o assim. Quando começaram a ficar amigos a miúda já não queria dizer Capitão mas não conseguia chamá-lo pelo seu nome próprio. Uma vez o marinheiro del sur tinha-lhe dito que havia pessoas que o tratavam por um nome diferente mas eram pessoas que estavam muito próximas dele. A miúda percebeu que não fazia parte dessas pessoas. Mas nessa altura eram amigos há muito pouco tempo.

Agora, a miúda teria que conseguir chamar o marinheiro del sur pelo seu nome próprio sem perguntar se o podia fazer. Tinha que acreditar que estavam agora mais próximos um do outro. Tinha que arriscar dizer…Mar! Nesta história…Mar.

Será que o marinheiro del sur, quando regressar, ouvirá a sua amiga pronunciar o seu nome verdadeiro?

Havia ainda outra coisa que a miúda precisava de fazer. Meter-se com o marinheiro del sur! Não ficar à espera que ele a chamasse. Afinal, quem sabe o marinheiro del sur não tinha também medo, às vezes, como ela?

Muito distante do porto…um contorno diferente no horizonte…a miúda levantou-se de repente!

O marinheiro del sur não a podia ouvir mas a miúda gritava no porto o seu nome verdadeiro, inclinada para o mar…como tantas vezes fazia, sozinha…será que vai ser capaz?

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